sábado, 23 de julho de 2011

As borboletas não são flores

São as borboletas que fazem a minha imagem de pessoas questionadas. Quero eu referir, todas aquelas pessoas e pessoas que por momentos deixam na escrita perguntas para ninguém. O lado, que não é o consciente, faz-se usar de uma falsa ignorância para interrogar as palavras sobre porque é que eu não sou visto da maneira como me vejo.
Com o devido respeito, meus ordinários, acreditam mesmo que as palavras vos responderão?
Certamente, eu não acredito e ordinário o sou. Ainda assim, que mal tem falar com as palavras.
Por outro lado que bem tem falar com elas? Nenhum, e é isso que é o bonito.
Esse bonito que não moí nem mata a fome, alimenta apenas um sorriso de compaixão a quem as lê.
São tão profundas estas reflexões, tão sentidas por quem as escreve. Mas é só isso. Não critico as palavras choradas que soltei, as metáforas simbolicamente geniais que usei para me por no mundo, critico a razão que elas não têm. Não caiemos no erro de achar que elas são para quem as lê, os seus talvez leitores. Elas, essas de tão intima qualidade, são para quem as escreve.
Como já escrevi e disse, mal nenhum tem isso. Acredite-se é que o bem que tem é só para quem o escreve. Porque não se pensa em dar ao mundo aquelas espelhadas palavras. Pensa-se em dar o bonito à nossa maneira de ver.
Começo a perceber que borboletas não são flores. Ainda que o melhor dos wallpapers as meta sempre juntas, a borboleta voa e a flor fica.

Portanto, quando escrevemos, acima de tudo, há-que saber para que se faz isso.
Só ao saber se aquilo é para ser lido em espelho ou não, é que conseguimos olhar para este monte de palavras e dizer algo acerca.


Caso seja como fizera, soa-me, agora, que isso é como vestir uma flor para ficar mais bonita.



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